[TRENDS] Combined investment in technology will be essential for business sustainability in 2023
*By Dennis Herszkowicz, TOTVS CEO
(Portuguese only)
Já faz tempo que a tecnologia tem desempenhado o papel de grande aliada do crescimento das empresas brasileiras. E durante a retomada econômica que o país viveu durante 2022, o investimento em digitalização deixou o campo das ideias e se tornou de fato pauta do board das companhias, traduzido em ações concretas. Um levantamento feito pela TOTVS mostrou que 85% das empresas ampliaram seus investimentos em tecnologia durante a pandemia de Covid-19 e que 3 em cada 4 organizações incluíram a área de TI nas discussões estratégicas do negócio. Ou seja, não falo aqui de uma tendência, mas de uma realidade que suporta a evolução e competitividade no mercado.
O avanço acelerado da transformação digital impulsionado pelos cenários desafiadores vividos nos últimos quase três anos foi fundamental não somente para auxiliar negócios de diferentes setores a superarem os desafios como também – e, principalmente – para ajudar as organizações a se adequarem e se prepararem para atender novos comportamentos de trabalho e de consumo.
Apesar dessa evolução recente visível, ainda existe um campo muito vasto para a maturidade tecnológica das empresas nacionais. Aqui na TOTVS vemos isso na prática, em diferentes setores. O Índice de Produtividade Tecnológica (IPT), desenvolvido pela TOTVS em parceria com a H2R Pesquisas Avançadas, mostra que apenas 5% dos varejistas brasileiros estão na ponta da produtividade tecnológica, em termos de utilização e aproveitamento de tecnologias corporativas. No setor de Logística, apenas 15% dos prestadores de serviços logísticos e 6% dos embarcadores exploram um melhor potencial da tecnologia.
Podemos olhar para esses dados como uma fotografia atual do nosso mercado brasileiro. Ainda que a digitalização de processos e a integração de dados proporcionadas por um ERP tenha avançado nos últimos anos, sobretudo com o crescimento das ofertas em nuvem, ainda existe muito espaço para uma gestão mais estratégica por meio da tecnologia. O próximo passo, na minha opinião, é explorar o potencial da tecnologia para trabalhar a sustentabilidade dos negócios, que passa por potencializar as vendas e lidar de forma mais inteligente com os desafios financeiros.
Será cada vez mais crucial o uso de dados para conhecer e entender o cliente, ampliando inclusive os canais de relacionamento. Por isso, o investimento em ferramentas de marketing e vendas deve crescer em 2023. Inclusive, uma pesquisa da consultoria Gartner, com CMOs e líderes de marketing ao redor do mundo, corrobora com essa tendência: 75% destes executivos afirmam que em 2023 os investimentos na área serão maiores ou iguais aos de 2022. Então, sem dúvida, a inteligência de dados, ferramentas para gestão de clientes e soluções de ominicanalidade e relacionamento com o consumidor para saber de maneira precisa quem ele é e como impactá-lo em todas as plataformas, são caminhos promissores para o sucesso dos negócios.
Por outro lado, a saúde financeira das corporações é um tópico que segue em pauta. Da mesma forma que as fintechs revolucionaram a maneira como as pessoas lidam com suas finanças, a tecnologia também pode transformar as relações financeiras nas empresas. Um exemplo do que a digitalização pode fazer é o uso de dados transacionados no ERP para oferecer serviços financeiros de forma mais competitiva no mercado B2B, como concessão de crédito, antecipação de recebíveis, crédito consignado ou ampliação de prazos de pagamentos. Ou seja, soluções que permitem à companhia ter mais dinheiro em caixa para poder investir e alavancar o negócio.
A boa notícia de tudo isso é que o mercado está otimista e propício para investir em tecnologia. De acordo com a consultoria IDC, 83% das empresas brasileiras pretendem manter ou ampliar seus investimentos em TI este ano. Mas em 2023 o que vai elevar o patamar do crescimento das empresas é a integração de tecnologia para governança, saúde financeira e performance do negócio.
Depois da tempestade causada por uma pandemia de ordem mundial, minha expectativa é de um ano com resultados ainda mais positivos, unido planejamento, pessoas e, claro, tecnologia. E, independentemente do cenário político e econômico brasileiro (e até mesmo mundial), a tecnologia seguirá sendo o grande fomentador de desenvolvimento e crescimento sustentável.